Nado e criado nas farpas da serra,
Correm águas fartas regando a terra,
Manto de neve cobre meu corpo;
Dancei com lobos,
Comi com todos,
Sinto saudade de muito sol posto!
Brinquei ao som do relento,
Arco, pião e atilho de meu contentamento,
Cabanas construídas nas pedras da ilusão;
Adormeci ao som de repetida história,
Contada por Patriarca de saudosas memória,
Sou pedra de Santa Maria do Guardão!
Corrida desafiando o vento,
Mais veloz que desassossegado pensamento,
Calções rotos nos fundilhos;
Descalço corria à escola,
Passava no adro ao omboro de pesada sacola,
Voava e levitava em costumeiros trilhos!
Comi amora silvestre tão quente,
Trepava ao céu na companhia de velha cerejeira,
Olhava Besteiros no alto da esteira,
Abraçado ao tronco como indolente serpente!
Trepei ao cimo de românica torre,
Tocava ao de leve velho sino,
Guardo a neve da serra que me cobre,
Sou quem escreve adormecido hino!
Sou o que escrevo,
A mais não me atrevo,
Mais não posso fazer;
Escrevo o que fui e sou,
Tanta brincadeia ficou,
Muito há a escrever!
O autor: José Alberto de Brito Cardoso(Zé Guardão)
Coimbra.03/10/2014.
Arco, pião e atilho de meu contentamento,
Cabanas construídas nas pedras da ilusão;
Adormeci ao som de repetida história,
Contada por Patriarca de saudosas memória,
Sou pedra de Santa Maria do Guardão!
Corrida desafiando o vento,
Mais veloz que desassossegado pensamento,
Calções rotos nos fundilhos;
Descalço corria à escola,
Passava no adro ao omboro de pesada sacola,
Voava e levitava em costumeiros trilhos!
Comi amora silvestre tão quente,
Trepava ao céu na companhia de velha cerejeira,
Olhava Besteiros no alto da esteira,
Abraçado ao tronco como indolente serpente!
Trepei ao cimo de românica torre,
Tocava ao de leve velho sino,
Guardo a neve da serra que me cobre,
Sou quem escreve adormecido hino!
Sou o que escrevo,
A mais não me atrevo,
Mais não posso fazer;
Escrevo o que fui e sou,
Tanta brincadeia ficou,
Muito há a escrever!
O autor: José Alberto de Brito Cardoso(Zé Guardão)
Coimbra.03/10/2014.
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