segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Casa de Vilar, Vilar de Besteiros.

 


Casa de Vilar, Vilar de Besteiros.
 
Arquitectura civil residencial. O solar destaca-se pela fachada monumental, com capela adoçada a Sul. A sua construção remonta ao último quartel do século XVIII, inscrevendo-se no contexto da arquitectura civil setecentista mas destacando-se pelo dinamismo criado pela escadaria que antecede a fachada principal, sendo sem dúvida o mais belo exemplo do barroco tardio, ou rococó, existente no concelho.
 
O alçado é seccionado por pilastras coroadas por urnas, que definem o pano da casa de habitação e o pano da capela. No primeiro caso, o piso térreo é marcado pela abertura de vãos de verga curva, simétricos com os do andar nobre, de configuração semelhante. Ao centro, um frontão em arco conopial remata o portal, ao qual se acede através da escadaria de lanços e patamares, com guarda de balaústres em cantaria. A cornija eleva-se sobre este eixo, formando um frontão que acompanha o arco conopial da porta principal.
 
Casa de Vilar de Besteiros em 1938
Autor - Guilherme Bonfim Barreiros.
AMP - F-NP/2-GBB/1/66(33)

 
 
A capela, com frontão de lanços contracurvados formado por volutas, eleva-se bem acima da linha do telhado e do próprio frontão da casa. O portal, de moldura recortada e frontão de aletas é encimado por janelão e pelo brasão da família.

Na fachada posterior e na lateral há ainda a destacar uma varanda corrida e uma outra alpendrada, assente sobre arcos de volta perfeita e delimitada por pilastras.
 
 
Casa de Vilar de Besteiros em 1938
Autor - Guilherme Bonfim Barreiros.
Arquivo Municipal do Porto - F-NP/2-GBB/1/66(32)

 
Em 07-01-1785 o seu proprietário, João Baptista Pimenta Correia, ajustou a obra com o mestre pedreiro Manuel Ferreira, de Canas de Sabugosa, por 770.000 réis, e nesse mesmo ano pediu autorização ao cabido da Sé de Viseu para a construção da capela.
 
Depois de um longo período, durante a segunda metade do século XX, em que a este solar se degradou até à ruína, foi adquirido pela família Parreira do Amaral que a restaurou para a realização de eventos com gerência da Dr.ª Maria Parreira do Amaral.
 
Possui pedra de armas que representa as famílias Pimenta, Abranches e Mascarenhas.
in: CONCELHO DE TONDELA – HERÁLDICA, HISTÓRIA E PATRIMÓNIO, de Luís Ferros, Manuel Ferros e Rui do Amaral Leitão, 2017, Editora Colibri.

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