Casa de Vilar, Vilar de Besteiros.
Arquitectura
civil residencial. O solar destaca-se pela fachada monumental, com
capela adoçada a Sul. A sua construção remonta ao último quartel do
século XVIII, inscrevendo-se no contexto da arquitectura civil
setecentista mas destacando-se pelo dinamismo criado pela escadaria que
antecede a fachada principal, sendo sem dúvida o mais belo exemplo do
barroco tardio, ou rococó, existente no concelho.
O
alçado é seccionado por pilastras coroadas por urnas, que definem o
pano da casa de habitação e o pano da capela. No primeiro caso, o piso
térreo é marcado pela abertura de vãos de verga curva, simétricos com os
do andar nobre, de configuração semelhante. Ao centro, um frontão em
arco conopial remata o portal, ao qual se acede através da escadaria de
lanços e patamares, com guarda de balaústres em cantaria. A cornija
eleva-se sobre este eixo, formando um frontão que acompanha o arco
conopial da porta principal.
A
capela, com frontão de lanços contracurvados formado por volutas,
eleva-se bem acima da linha do telhado e do próprio frontão da casa. O
portal, de moldura recortada e frontão de aletas é encimado por janelão e
pelo brasão da família.
Na fachada posterior e na lateral há ainda a destacar uma varanda corrida e uma outra alpendrada, assente sobre arcos de volta perfeita e delimitada por pilastras.
Casa de Vilar de Besteiros em 1938 Autor - Guilherme Bonfim Barreiros. Arquivo Municipal do Porto - F-NP/2-GBB/1/66(32) |
Em
07-01-1785 o seu proprietário, João Baptista Pimenta Correia, ajustou a
obra com o mestre pedreiro Manuel Ferreira, de Canas de Sabugosa, por
770.000 réis, e nesse mesmo ano pediu autorização ao cabido da Sé de
Viseu para a construção da capela.
Depois
de um longo período, durante a segunda metade do século XX, em que a
este solar se degradou até à ruína, foi adquirido pela família Parreira
do Amaral que a restaurou para a realização de eventos com gerência da
Dr.ª Maria Parreira do Amaral.
Possui pedra de armas que representa as famílias Pimenta, Abranches e Mascarenhas.
in:
CONCELHO DE TONDELA – HERÁLDICA, HISTÓRIA E PATRIMÓNIO, de Luís Ferros,
Manuel Ferros e Rui do Amaral Leitão, 2017, Editora Colibri.
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